Mostrar mensagens com a etiqueta Abbey Lincoln. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Abbey Lincoln. Mostrar todas as mensagens

domingo, agosto 15, 2010

Morreu Abbey Lincoln

Credo, que desassossego. Não há maneira de me conformar com estas notícias que dão conta do desaparecimento daqueles que achamos que nunca hão-de ter idade para desaparecer. Abbey, afinal, já tinha 80 anos...Inimaginável. Uma jovem como ela, com aquela voz inconformada e transgressora, agreste até, uma antítese da cantora de jazz melíflua e certinha, não se imagina a partir assim. Nascida a 6 de Agosto de 1930, numa quinta no Michigan, com o nome de Anna Marie Wooldridge, mudou-se para a California, no início dos anos 50, onde começou a cantar em clubes de jazz, sob diversos pseudónimos profissionais, embora já usasse o nome de Abbey Lincoln, quando das suas primeiras gravações com a orquestra de Benny Carter, em 1956. Nessa época, soava à típica "girl singer", de voz simpática e suave. Mas, quando da edição dos seus álbuns Abbey is Blue (1959) e Straight Ahead (1961), começou a revelar uma postura mais pessoal e dramática, de conteúdo político, que o seu casamento com o baterista Max Roach (1962, separar-se-iam em 1970) ainda mais incentivou. Segue-se um período em que grava material polémico e se torna actriz. Só voltará a gravar nos Estados Unidos em 1979 What it is para a editora Columbia. Entre 1970 e 1980, gravou algumas coisas na Europa, mas de fraca qualidade. E só volta a cair na notoriedade quando, em 1991, assina um contrato com a Verve, de onde sai o muito aclamado You Gotta Pay The Band. Com o passar dos anos, a sua voz foi perdendo qualidades, mas a sua atitude e sua inteligência continuaram a marcar pontos na música americana por excelência. Percebe-se, hoje, a sua influência em Cassandra Wilson. Where ever you are, just keep on, Abbey!
(Fonte principal de informação: Richard Cook's Jazz Encyclopedia)