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domingo, setembro 06, 2009

Uma bela ópera contemporânea


Prazer que se adivinhava, sucessivamente adiado, finalmente gozado: Falo de L'Amour de loin, de Kaija Saariaho, compositora finlandesa contemporânea e da sua primeira ópera, cuja estreia em 2000 foi de imediato aclamada quer pela crítica, quer pelo público. Com libreto do escritor libanês radicado em França, Amin Maalouf sobre poesia de Jaufré Rudel, trovador francês do Séc. XII, dedicada a um amor imaginado e impossível (que afinal se revela possível porque um peregrino lhe diz existir uma mulher com aquela descrição em Tripoli, a condessa de Tripoli), encenação de Peter Sellars, Orquestra e Coro da Ópera Nacional Finlandesa, direcção de Esa-Pekka Salonen e interpretação de Dawn Upshaw (soprano), Monica Groop (mezzo-soprano) e Gerald Finley (tenor). Aconselho o DVD (Deutsche Grammophon 00440 073 4026 de 2004/2005) e uns bons auscultadores para que não se perca pitada desta maravilha. Deixo alguns links para a audição de excertos desta ópera (embora a qualidade de som não lhe faça justiça) e de outras obras de Saariaho igualmente belas.
E mais. Tenho uma pena imensa de não poder ter estado numa outra encenação desta ópera que teve lugar em Julho deste ano em Londres, com encenação de Daniele Finzi Pasca.

sexta-feira, abril 17, 2009

Handel, George Frideric (1685-1759) - Hoje, Agrippina, no Teatro Nacional de S.Carlos

(Nero e Agrippina)
Estreia hoje, no Teatro Nacional de S.Carlos, o Dramma per musica in tre atti Agrippina.
Foi a segunda e última ópera que Handel compôs durante a sua estadia em Itália (1706-1710). Estreou-se no Teatro de San Giovanni Grisostomo, em Veneza, no Carnaval de 1709, data provável, 26 de Dezembro. Esta ópera constitui o primeiro grande triunfo, na carreira do compositor e foi executada 27 vezes sucessivas, sempre perante audiências entusiásticas.
O elenco foi, então, composto pela soprano Margherita Durastanti (Agrippina), o barítono Giuseppe Maria Boschi (Pallante), a sua mulher, a contralto Francesca Vanini-Boschi (Ottone), o castrato soprano Valeriano Pellegrini (Nero), Diamante Maria Scarabelli (Poppea), Antonio Francesco Carli, um baixo com um registo incrivelmente baixo (Claudius), o alto castrato Giuliano Albertini (Narcissus) e um baixo, ao que parece, padre, Nicola Pasini (Lesbus).
A parca produção operática de Handel, em Itália, deve-se ao facto de a maioria dos teatros públicos terem sido fechados por ordem do Papa. Enquanto trabalhou para dois patrões ricos,os Cardeais Pamphili e Ottoboni, compôs, para além de música sacra e dois oratórios, cerca de 80 cantatas seculares para execução privada. Havia, nesta altura, poucas diferenças, excepto na duração, entre cantata, oratório e ópera; as três dependendo da alternância entre o recitativo secco e a ária da capo*, árias de expressão emocional intensa e de forma mais ou menos dramática.
O autor do libretto foi o Cardeal Vincenzo Grimani, distinto diplomata, cuja família detinha o Teatro San Giovanni Grisostomo. O libreto, considerado dos melhores, baseia-se todo ele, à excepção do servo Lesbo, em personagens históricas. Trata-se de uma ópera que assume o espírito da Veneza do séc.XVII, na linha de Cavalli ou de Monteverdi, muito popular, na época, misturando situações cómicas com emoções sérias, aromatizadas de ironia. Trata-se, no fundo, de uma sátira à corrupção na vida da Corte. Tem sido sugerido que o Imperador Cláudio nada mais é do que uma caricatura subtil do Papa Clemente XI, de quem Grimani era opositor político.
Na maioria dos seus aspectos, a partitura, com as suas numerosas árias pequenas, segue a prática do Séc. XVII. Por exemplo, os dois pequenos grupos, um trio e um quarteto, no Primeiro Acto, em que as vozes nunca se ouvem em conjunto, também pertencem mais à tradição do que à inovação.
*Ária da capo=Forma em que a primeira parte é repetida. (Da capo=Do princípio)

domingo, setembro 16, 2007

Há 30 anos, o mundo disse adeus à Diva, à voz, à cantora de ópera que mais paixões terá despertado até hoje entre os melómanos de todo o mundo. Άννα Μαρία Καικιλία Σοφία Καλογεροπούλου (Ánna María Cecilía Sofía Kalogerópulu)
Recordar MARIA CALLAS na coluna aqui ao lado e pensar como é bom podermos fazê-lo. Hoje, muitas homenagens lhe serão prestadas, principalmente em Paris, onde faleceu. O canal de Televisão Mezzo também vai transmitir um documentário. Vou ver. Talvez não seja o que eu tenho em DVD...

sábado, agosto 25, 2007


A quem interesse: É hoje e amanhã, a transmissão de "A Valquíria", de Richard Wagner, na RTP2.

25.08 - 17H15M - 1ª E 2ª PARTE

26.08 - 18H15M - 3ª PARTE

A VERSÃO TELEVISIVA DE "A VALQUÍRIA" É UMA PRODUÇÃO DA RTP 2, REALIZADA POR FERNANDO ÁVILA.


sábado, julho 21, 2007


A RTP 2, segundo se anuncia no jornal "O Público", vai exibir no fim-de-semana de 25/26 de Agosto, ás 17h e 18h, respectivamente, a segunda parte da tetralogia "O Anel de Nibelungo", controversa encenação de Graham Vick para o Teatro Nacional de São Carlos, em Março último.
Ontem virei e revirei a net à procura da confirmação deste "acontecimento", que tem vindo a ser anunciado na RTP 1, de uma forma que, para além de me fazer pensar que era já por estes dias, me deixou algo perplexa, pois anunciam-se "As Valquírias"... Será porque vai passar em dois dias que passa a plural?
De qualquer modo, aqui fica a sinopsis da(s) anunciada(s).

Richard Wagner
(Leipzig: 22 de Maio de 1813-Veneza: 13 de Fevereiro de 1883)

O Anel do Niebelungo
A Valquíria

10ª ópera (63 anos)
Libreto: Richard Wagner
Estreia: (Bayreuth) 14 de Agosto de 1876

Personagens e Intérpretes:
Siegmund (Ronald Samm), Hunding (Maxim Mikhailov), Sieglinde (Anna-Katharina Behnke), Wotan (Mikhail Kit), Brünhilde (Susan Bullock), Fricka (Judith Németh), Valquírias (Sara Andersson, Andrea Dankova, Ana Paula Russo, Dora Rodrigues, Ekaterina Godovanets, Stefanie Irányi, Gabriele May e Qiu Lin Zhang).
1.ºActo
O Deus Wotan teve 9 filhas da Deusa Erda, as Valquírias. Mas teve também dois filhos duma Mortal, os gémeos Siegmund e Sieglinde, que, depois da morte da mãe, se perderam um do outro pelos caminhos da Terra. É com o encontro entre estes dois irmãos que se inicia a acção da "Valquíria". Durante uma tempestade, Siegmund, que foge dos seus inimigos, procura refúgio numa cabana. Quis o Destino que essa cabana fosse a morada da irmã, Sieglinde, e de Hunding, o seu marido. Os irmãos não se reconhecem e sentem-se atraídos por uma paixão irresistível. Sieglinde dá uma bebida mágica a Hunding, que adormece, e os dois irmãos fogem, não sem que, antes, Siegmund se apoderasse duma espada que estava cravada num castanheiro. Siegmund ignora-o, mas essa espada fora ali colocada pelo Deus Wotan, seu pai, que sobre ela lançara um poderoso feitiço: quem conseguisse arrancá-la da árvore tornar-se-ia invencível.
2.ºActo
A acção do 2º acto passa-se num lugar agreste e rochoso onde irá travar-se o confronto entre Siegmund e Hunding - que o persegue por lhe ter raptado a mulher, Sieglinde. Informado do que se passa, o Deus Wotan encarrega uma das Valquírias, Brünhilde, a sua filha preferida, de proteger o irmão nesse duelo. Mas Fricka, mulher de Wotan, opõe-se: ela acha que Siegmund deve pagar pelo seu crime. Wotan cede, e ordena à Valquíria que dê a vitória a Hunding. Brünhilde desobedece e Wotan vê-se obrigado a interferir no duelo: com a lança quebra a espada de Siegmund que morre às mãos de Hunding. Desobedecendo de novo a Wotan, Brünhilde decide proteger Sieglinde levando-a consigo para o interior da Floresta. Wotan está desesperado: Siegmund, o seu filho, morreu por culpa sua. Não devia ter cedido à vontade de Fricka. Então decide vingar-se: mata Hunding e parte em perseguição da Valquíria.
3.ºActo
O 3º acto passa-se numa região rochosa habitada pelas Valquírias. Brünhilde chega com Sieglinde. Diz que ela vai ser mãe dum herói e aconselha-a a procurar refúgio na Floresta. Quanto a Brünhilde... desobedeceu e deverá ser castigada: Wotan tira-lhe a imortalidade e mergulha-a num sono profundo. Adormecida sobre um rochedo, protegida pelo Fogo Mágico, a Valquíria só poderá ser libertada por um Herói de coração puro.

( Enredo resumido da autoria de Margarida Lisboa, para RDP, intérpretes acrescentados por outra Margarida, também de Lisboa.)

Direcção musical: Marko Letonja
Cenografia e figurinos: Timothy O'Brien
Coreografia: Ian Spink
Desenho de luzes: Giuseppe di Iorio

Nota irrelevante(?), porque não houve feridos (graves?): A dada altura, durante a récita a que assisti, aconteceu algo que me (nos) deixou bastante apreensiva(os) pela sorte dos músicos da orquestra: parte do palco (uma parte pequenina mas ainda assim...) desabou sobre alguns elementos da dita, deixando-os "quase" em estado de sítio. Líquido a escorrer sobre as sua cabeças e instrumentos musicais, e um ou outro objectos contundentes a saltar sobre eles. Pela reacção de um dos músicos, que ía desmaiando, parece ter sido um objecto tipo de vidro ou madeira.
Não sou maledicente, mas aquilo foi um pouco fora do texto. E tanto eu como os meus amigos ficámos bastante preocupados pela falta de cuidado e consideração pelos músicos da orquestra.

Anna Russell http://en.wikipedia.org/wiki/Anna_Russell parodying Wagner's "Die Walküre"
"ELEKTRA", RICHARD STRAUSS



Eva Marton e Cheryl Studer, uma absolutamente submersa pela ira da personagem que interpreta, (Elektra, a filha enlouquecida de Agamemnon e Klytmnestra), e a outra no papel de sua irmã, Chrysotemis, mais suave e apaziguadora. Um dos muitos momentos de grande intensidade trágico-dramática desta ópera muito interessante, e bastante inovadora do ponto de vista musical. Por curiosidade, a composição da orquestra foi a maior de sempre, para uma ópera: 111 instrumentos.
Acrescento, ainda, um pequeno aparte: Tendo sido este um excerto de uma gravação feita em Viena, noto que não só em Portugal se tosse, espirra e emite sons entre a assistência...

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Ewa Podleś sings La Cieca

Uma emoção, este vídeo.