quinta-feira, dezembro 16, 2010

Lennie Tristano (1919-1978)


Falar deste pianista e compositor é ouvi-lo, ouvi-lo e ouvi-lo e aprender o que é sentir esta forma musical chamada jazz sem precisar de mais palavras.
Lennie Tristano!

quinta-feira, novembro 25, 2010

Rhythm and Blues Review (1955)



E que tal um visita ao passado ?

quarta-feira, novembro 17, 2010

Paula Sousa - Um caso de TDWR*


Paula Sousa, um caso de *talent deserving wider recognition (Talento a merecer maior reconhecimento, na nomenclatura Downbeat, como é do conhecimento do jazzófilo adito) é, ou passou a ser, de menção obrigatória quando se fala de jazz feito em Portugal. A atestá-lo, as quatro estrelas e meia atribuídas no Ipsilon (Suplemento cultural do jornal Público), de 5 de Novembro, página 44, ao seu cd Nirvanix (JACC Records).  O concerto que o lançou, de que o vídeo acima destaca um momento, no Museu do Oriente em Lisboa no passado Verão foi para mim uma boa surpresa. Não a conhecia como música de jazz e fiquei agradada com a qualidade das suas composições. Achei a sua execução (piano/teclas) muito emocional, sensibilizou-me a ternura e beleza das suas melodias. Uma inspiração de sensibilidade muito feminina (sei do que falo), que os seus instrumentistas acompanhantes, com destaque para João Paulo Esteves no acordeão, souberam muito bem (regra geral) apoiar e desenvolver.  Sara Serpa e Esperanza Spalding foram o duo inesperado, de que o vídeo aqui infelizmente não presta justo testemunho pela deficiente captação sonora. Portanto, nada como adquirir o cd e ouvir com prazer um talento nacional que merece ser, nunca é demais insistir, ouvido com os ouvidos e com o coração.

Patricia Barber e Kenny Werner em duo


Foi no domingo passado, algures nos USA, um encontro de dois grandes pianistas de jazz em duo numa experiência que estreia a colaboração entre ambos ao vivo.
(Foto: Valérie Booth, recolha de som: Oksana Makusheva)

domingo, agosto 15, 2010

Morreu Abbey Lincoln

Credo, que desassossego. Não há maneira de me conformar com estas notícias que dão conta do desaparecimento daqueles que achamos que nunca hão-de ter idade para desaparecer. Abbey, afinal, já tinha 80 anos...Inimaginável. Uma jovem como ela, com aquela voz inconformada e transgressora, agreste até, uma antítese da cantora de jazz melíflua e certinha, não se imagina a partir assim. Nascida a 6 de Agosto de 1930, numa quinta no Michigan, com o nome de Anna Marie Wooldridge, mudou-se para a California, no início dos anos 50, onde começou a cantar em clubes de jazz, sob diversos pseudónimos profissionais, embora já usasse o nome de Abbey Lincoln, quando das suas primeiras gravações com a orquestra de Benny Carter, em 1956. Nessa época, soava à típica "girl singer", de voz simpática e suave. Mas, quando da edição dos seus álbuns Abbey is Blue (1959) e Straight Ahead (1961), começou a revelar uma postura mais pessoal e dramática, de conteúdo político, que o seu casamento com o baterista Max Roach (1962, separar-se-iam em 1970) ainda mais incentivou. Segue-se um período em que grava material polémico e se torna actriz. Só voltará a gravar nos Estados Unidos em 1979 What it is para a editora Columbia. Entre 1970 e 1980, gravou algumas coisas na Europa, mas de fraca qualidade. E só volta a cair na notoriedade quando, em 1991, assina um contrato com a Verve, de onde sai o muito aclamado You Gotta Pay The Band. Com o passar dos anos, a sua voz foi perdendo qualidades, mas a sua atitude e sua inteligência continuaram a marcar pontos na música americana por excelência. Percebe-se, hoje, a sua influência em Cassandra Wilson. Where ever you are, just keep on, Abbey!
(Fonte principal de informação: Richard Cook's Jazz Encyclopedia)

domingo, junho 27, 2010

O lirismo de Renee Rosnes




O concerto de Renee Rosnes a acontecer no Casino do Estoril no próximo dia 2 de Julho, foi o que escolhi de um cardápio bastante apetitoso mas, por motivos alheios à minha vontade, impossível de fruir integralmente. O que me prende a Renne Rosnes e me faz preterir todos os outros em sua função?:  A forma como utiliza o seu instrumento de eleição, o piano, para exprimir, em género post-bop, um lirismo, um sentimento poético em forma de melodia na qual as sensibilidades mais profundas se reflectem e revêem; e, como é próprio do jazz , se libertam...em estado de maravilha. Diga-se que se trata de um jazz muito susceptível de marcar por associação momentos mais emocionais das nossas vidas. Foi o meu caso. Tenho uma época da minha vida que ressurge das brumas da memória sempre que penso na parte da sua música que consta, há já uns bons anos, da minha colecção de cds, a começar pelo seu primeiro, "Renee Rosnes"(Gravado entre 1988 e 1989) e no seguinte, "For the Moment"(Gravado em 1990), ambos da Blue Note. 
É considerada uma das mais talentosas e criativas pianistas de jazz actuais, senhora de um percurso ricamente povoado de parcerias com a nata do jazz, tais como o falecido saxofonista Joe Henderson, Jon Faddis, Sonny Fortune, Gary Thomas, Wayne Shorter, Ron Carter, Brandford Marsalis, Lewis Nash, Ralph Bowen, J.J. Johnson, Dave Liebman, e, mais recentemente, como parte do SFJazz Collective, uma orquestra de jazz de que fazem parte, entre outros, Joe Lovano, Miguel Zenon, Joshua Redman, Dave Douglas e Nicholas Payton. 
Nasceu em Regina, Saskatchewan, Canadá, em 24 de Março de 1962. Teve formação musical clássica a partir dos 5 anos de idade e começou a interessar-se pelo jazz logo no liceu. Foi várias vezes premiada e recebeu uma bolsa de estudo para a Universidade de Toronto. Em 1985, foi viver para Nova Iorque, com o apoio do Canada Council of the Arts, e, em 1987, é convidada por Joe Henderson para integrar um quarteto, cuja secção rítmica era formada só por mulheres. Enceta assim a carreira brilhante de que hoje temos conhecimento. Casou há 3 anos com o também pianista de jazz Bill Charlap, com quem acaba de editar um álbum em duo, "Double Portrait", de que se podem ouvir excertos no site da NPR (ver link na barra lateral deste blogue). Já ouvi os dois temas que lá constam e gostei. Espero ainda hoje ouvir o resto.  


sábado, junho 19, 2010

domingo, maio 16, 2010

Um grupo muito interessante: The Claudia Quintet

A dois dias de ser posto à venda nos EUA, o novo álbum do grupo de jazz "The Claudia Quintet" está em audição gratuita na NPR até esse dia (18). No momento em escrevo isto, estou a finalizar a sua primeira audição e, de tão agradada, quero já partilhar aqui esta impressão que me fica e, se for a tempo, incentivar a visita à dita rádio. Royal Toast é o quinto album deste grupo, com Chris Speed (clarinete), Matt Moran (vibrafone), Ted Reichman (acordeão), Drew Gress (baixo),  John Hollenbeck (bateria); e, convidado especial, Gary Versace (piano). There are no people named Claudia, or women who could be named Claudia, in the Claudia Quintet. On its new album, Royal Toast, it's not even a quintet. There is, however, a drummer and composer named John Hollenbeck. He's got a knack for curious names, and more importantly, he writes really intriguing music (...) (PATRICK JARENWATTANANON, npr) . 


quarta-feira, maio 12, 2010

Goodbye Lena Horne (1917-2010)


Acabei de tomar conhecimento aqui do falecimento, aos 92 anos, da cantora norte americana Lena Horne, de que nos fica essencialmente a bela memória da sua interpretação do tema Stormy Weather, do filme homónimo de 1943. Faleceu no dia 9 de Maio.

sexta-feira, março 05, 2010

"Recordar é viver"



É com muita emoção que vejo este miniepisódio da autoria de Paulo Seabra que apresenta o que vai ser um programa sobre o nosso querido Hot Clube de Portugal, a ser futuramente emitido na RTP2 com o nome AtensãoJazz. Promete ser uma homenagem à altura, pela amostra aqui presente e pelas pessoas que nele colaboram. Mal posso esperar.

domingo, janeiro 31, 2010

Lee Konitz Trio no Village Vanguard

Chamo a atenção para o concerto que a NPR gravou do directo feito pela WBGO do Village Vanguard, Nova Iorque, no passado dia 2o e cujo download grátis pode ser feito aqui . Dan Tepfer no piano, Matt Wilson na bateria e Lee Konitz no saxofone alto. Muito bom. A forma como cada tema evolui para algo que resulta diferente daquilo que estamos habituados a ouvir, um pianista muito interessante e de uma originalidade notável, o baterista que considero dos melhores que por aí andam . Momentos de jazz com muita fibra e inovação, num concerto que poderia não ter passado do morno, não fora a feliz e sábia junção destes três.

Mudar sem querer

Ontem aconteceu uma desgraça ao modelo deste blogue. Ao tentar introduzir uma nova ligação na barra lateral, verifiquei que o tamanho da letra de todo o texto do blogue, incluindo o seu nome tinha sofrido uma inadmissível redução. Só dava para ver com lupa. Ao tentar corrigir essa alteração, tudo se alterou para pior, culminando com a minha decisão de mudar de modelo. Suspeito que a causa deste "descalabro" se deva a mexidas pelo blogger na raíz da coisa. Realmente, por muita ilusão que se possa ter de que podemos preservar o nosso cantinho na blogolândia, tudo se esvai quando colocados perante a inevitabilidade de invasões externas como parece ter sido este caso. Já agora refiro também que, há cerca de uma semana atrás, alguém, enviou em meu nome para todas as pessoas constantes da minha lista de endereços, uma publicidade de que desconheço a origem. Aconteceu através do gmail, que tem sido o meu correio electrónico de eleição, praticamente desde o seu início. Portanto, estejamos alerta. Será que isto tem alguma coisa a ver com os problemas do Google na China?

domingo, janeiro 24, 2010

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Literatura Portuguesa Contemporânea

Ler, ler bastante, ocupa grande parte do tempo da cigarrajazz. É mesmo uma espécie de bom vício na qual ela investe e reinveste, na esperança de vir a conhecer mais e cada vez mais do que a mente humana é capaz de absorver e transcrever da vida. E em matéria de descobertas recentes na literatura portuguesa, devo dizer que estou muito impressionada com: Gonçalo M. Tavares, Dulce Maria Cardoso, José Luis Peixoto e valter hugo mãe. Apetece-me falar da mais recente: Dulce M. Cardoso. Acabo de ler "Os meus sentimentos" e "Chão de pardais" e percebo porque lhe foi atribuído prémio da União Europeia para a Literatura de 2009. Escrita original, forte, magnética, visão sagaz e satírica da sociedade. Estou rendida. Aconselha-se a leitura de "Os meus sentimentos" como primeira, porque, como a escritora disse numa entrevista, a sua dificuldade em lidar com o fim dos seus livros faz com que o próximo transporte algo do anterior. E é muito engraçado descobrir um personagem do livro anterior no que se lhe segue, assim de repente, que nem faz parte da história em curso. (mal comparado, lembra a fugaz aparição da figura de Hitchcock nos seus próprios filmes). E, só para acabar esta nota, digo e afirmo que "Os meus sentimentos" é um grande livro. Parabéns à escritora.

sexta-feira, janeiro 01, 2010

Para começar bem o ano


Nada como um bom filme no quentinho do lar para começar bem o ano. Escolhi "Les enfants du Paradis" (As crianças do Paraíso), de Marcel Carné, e estou a adorar. Deixo aqui um excerto para aguçar o apetite de quem ainda não viu. Trata-se de uma obra prima do cinema francês considerado por muitos o filme mais belo de sempre da filmografia francesa. A principal protagonista, Arletty, só por si, já justificaria esta escolha, que se aconselha a quem queira sair um pouco da rara genialidade do séc.XXI.
FELIZ ANO NOVO! HAPPY NEW YEAR! BONNE NOUVELLE ANNÉE!
(vídeo encontrado em http://www.youtube.com/user/spiritoflouis)