sábado, julho 21, 2007


A RTP 2, segundo se anuncia no jornal "O Público", vai exibir no fim-de-semana de 25/26 de Agosto, ás 17h e 18h, respectivamente, a segunda parte da tetralogia "O Anel de Nibelungo", controversa encenação de Graham Vick para o Teatro Nacional de São Carlos, em Março último.
Ontem virei e revirei a net à procura da confirmação deste "acontecimento", que tem vindo a ser anunciado na RTP 1, de uma forma que, para além de me fazer pensar que era já por estes dias, me deixou algo perplexa, pois anunciam-se "As Valquírias"... Será porque vai passar em dois dias que passa a plural?
De qualquer modo, aqui fica a sinopsis da(s) anunciada(s).

Richard Wagner
(Leipzig: 22 de Maio de 1813-Veneza: 13 de Fevereiro de 1883)

O Anel do Niebelungo
A Valquíria

10ª ópera (63 anos)
Libreto: Richard Wagner
Estreia: (Bayreuth) 14 de Agosto de 1876

Personagens e Intérpretes:
Siegmund (Ronald Samm), Hunding (Maxim Mikhailov), Sieglinde (Anna-Katharina Behnke), Wotan (Mikhail Kit), Brünhilde (Susan Bullock), Fricka (Judith Németh), Valquírias (Sara Andersson, Andrea Dankova, Ana Paula Russo, Dora Rodrigues, Ekaterina Godovanets, Stefanie Irányi, Gabriele May e Qiu Lin Zhang).
1.ºActo
O Deus Wotan teve 9 filhas da Deusa Erda, as Valquírias. Mas teve também dois filhos duma Mortal, os gémeos Siegmund e Sieglinde, que, depois da morte da mãe, se perderam um do outro pelos caminhos da Terra. É com o encontro entre estes dois irmãos que se inicia a acção da "Valquíria". Durante uma tempestade, Siegmund, que foge dos seus inimigos, procura refúgio numa cabana. Quis o Destino que essa cabana fosse a morada da irmã, Sieglinde, e de Hunding, o seu marido. Os irmãos não se reconhecem e sentem-se atraídos por uma paixão irresistível. Sieglinde dá uma bebida mágica a Hunding, que adormece, e os dois irmãos fogem, não sem que, antes, Siegmund se apoderasse duma espada que estava cravada num castanheiro. Siegmund ignora-o, mas essa espada fora ali colocada pelo Deus Wotan, seu pai, que sobre ela lançara um poderoso feitiço: quem conseguisse arrancá-la da árvore tornar-se-ia invencível.
2.ºActo
A acção do 2º acto passa-se num lugar agreste e rochoso onde irá travar-se o confronto entre Siegmund e Hunding - que o persegue por lhe ter raptado a mulher, Sieglinde. Informado do que se passa, o Deus Wotan encarrega uma das Valquírias, Brünhilde, a sua filha preferida, de proteger o irmão nesse duelo. Mas Fricka, mulher de Wotan, opõe-se: ela acha que Siegmund deve pagar pelo seu crime. Wotan cede, e ordena à Valquíria que dê a vitória a Hunding. Brünhilde desobedece e Wotan vê-se obrigado a interferir no duelo: com a lança quebra a espada de Siegmund que morre às mãos de Hunding. Desobedecendo de novo a Wotan, Brünhilde decide proteger Sieglinde levando-a consigo para o interior da Floresta. Wotan está desesperado: Siegmund, o seu filho, morreu por culpa sua. Não devia ter cedido à vontade de Fricka. Então decide vingar-se: mata Hunding e parte em perseguição da Valquíria.
3.ºActo
O 3º acto passa-se numa região rochosa habitada pelas Valquírias. Brünhilde chega com Sieglinde. Diz que ela vai ser mãe dum herói e aconselha-a a procurar refúgio na Floresta. Quanto a Brünhilde... desobedeceu e deverá ser castigada: Wotan tira-lhe a imortalidade e mergulha-a num sono profundo. Adormecida sobre um rochedo, protegida pelo Fogo Mágico, a Valquíria só poderá ser libertada por um Herói de coração puro.

( Enredo resumido da autoria de Margarida Lisboa, para RDP, intérpretes acrescentados por outra Margarida, também de Lisboa.)

Direcção musical: Marko Letonja
Cenografia e figurinos: Timothy O'Brien
Coreografia: Ian Spink
Desenho de luzes: Giuseppe di Iorio

Nota irrelevante(?), porque não houve feridos (graves?): A dada altura, durante a récita a que assisti, aconteceu algo que me (nos) deixou bastante apreensiva(os) pela sorte dos músicos da orquestra: parte do palco (uma parte pequenina mas ainda assim...) desabou sobre alguns elementos da dita, deixando-os "quase" em estado de sítio. Líquido a escorrer sobre as sua cabeças e instrumentos musicais, e um ou outro objectos contundentes a saltar sobre eles. Pela reacção de um dos músicos, que ía desmaiando, parece ter sido um objecto tipo de vidro ou madeira.
Não sou maledicente, mas aquilo foi um pouco fora do texto. E tanto eu como os meus amigos ficámos bastante preocupados pela falta de cuidado e consideração pelos músicos da orquestra.

Anna Russell http://en.wikipedia.org/wiki/Anna_Russell parodying Wagner's "Die Walküre"
"ELEKTRA", RICHARD STRAUSS



Eva Marton e Cheryl Studer, uma absolutamente submersa pela ira da personagem que interpreta, (Elektra, a filha enlouquecida de Agamemnon e Klytmnestra), e a outra no papel de sua irmã, Chrysotemis, mais suave e apaziguadora. Um dos muitos momentos de grande intensidade trágico-dramática desta ópera muito interessante, e bastante inovadora do ponto de vista musical. Por curiosidade, a composição da orquestra foi a maior de sempre, para uma ópera: 111 instrumentos.
Acrescento, ainda, um pequeno aparte: Tendo sido este um excerto de uma gravação feita em Viena, noto que não só em Portugal se tosse, espirra e emite sons entre a assistência...