Enfim, mais uma triste notícia.
ou o jazz como filosofia sujacente à renovação no improviso da eterna procura ou o jazz como elo de ligação entre tudo o que apetece
terça-feira, dezembro 30, 2008
R.I.P. Freddie Hubbard (1938-2008)
Enfim, mais uma triste notícia.
quarta-feira, dezembro 24, 2008
sábado, dezembro 20, 2008
Já estou a pensar em Abril
sábado, dezembro 13, 2008
Brad Mehldau:River Man
Sobre esta composição que, conforme fica aqui patenteado, me deslumbrou pela sua beleza e simplicidade, direi apenas que foi composta em finais da década de 60 do século passado, e faz parte do album "Five Leaves Left"(1969), de Nick Drake, um rapaz que é hoje considerado um compositor-referência por muito boa gente. Morreu novo (26 anos), mas o pouco tempo que viveu foi suficiente para deixar obra feita de beleza eterna. Entre os que lhe reconhecem esse mérito encontra-se um dos maiores pianistas de jazz contemporâneos: Brad Mehldau. Os vídeos YouTube que aqui ficam não permitem uma audição perfeita mas servem como registo de um bom momento ao vivo de Mehldau e seu trio na interpretação deste tema, que se pode também ouvir no seu CD "The Art of The Trio III-Songs"(1998).
quinta-feira, dezembro 11, 2008
River Man (Nick Drake) por Andy Bey
Betty came by on her way
Said she had a word to say
About things today
And fallen leaves.
Said she hadn't heard the news
Hadn't had the time to choose
A way to lose
But she believes.
Going to see the river man
Going to tell him all I can
About the plan
For lilac time.
If he tells me all he knows
About the way his river flows
And all night shows
In summertime.
Betty said she prayed today
For the sky to blow away
Or maybe stay
She wasn't sure.
For when she thought of summer rain
Calling for her mind again
She lost the pain
And stayed for more.
Going to see the river man
Going to tell him all I can
About the ban
On feeling free.
If he tells me all he knows
About the way his river flows
I don't suppose
It's meant for me.
Oh, how they come and go
Oh, how they come and go
Homenagem provisória a Manoel de Oliveira
Parabéns, Manoel de Oliveira! E siga os conselhos deste personagem de outros mundos...
segunda-feira, novembro 24, 2008
Joanne Woodward e Tennessee Williams
Uma enorme actriz. Acho que ver este filme foi o clique para me recolocar na posição de espectadora voraz da 7ª.Arte, como quando tinha vinte anos e não perdia quase nada do que por aí chegava de mais interessante: Robert Altman, Roman Polanski, Marta Meszaros, Andrzej Wajda, Fellini, Truffaut, Ingmar Bergman, e nos meus trinta: Almodovar, Lynch, Mamet, Carpenter, e muitos outros. Tantos percursos mentais, tanto deslumbramento, tanto acrescento à minha vida. Pois é. O Cinema. Um dia farei uma digressão retroactiva e partilharei talvez algumas considerações sobre o assunto com quem por aqui passar. Sobre o filme que me fez redescobrir Joanne Woodward, há muito mais a dizer. O retrato muito presente do grande ausente, pendurado numa parede e reflectido no espelho da outra que com ela faz um ângulo de 90º. Ele, o marido e pai, continua a partilhar daquele dia-a-dia, mas sem assumir qualquer responsabilidade. O seu sorriso não engana - ele libertou-se daquela espécie de prisão. O retrato, ou melhor, a foto está cómica. É o sentido de humor de Paul Newman no seu pleno. A colecção de miniaturas de cristal que constitue o património pessoal e íntimo da filha, cavalinhos de entre os quais o unicórnio, por ser diferente, é o seu preferido, reflecte a fragilidade da sua relação com o Mundo. Aqui teria de se avaliar a recorrência deste tipo de densidade trágica nas personagens de Tennessee Williams que, no fundo, não é mais do que a encenação das nossas inquietudes, das nossas desilusões, dos nossos medos, do nosso resíduo pré-social. Apenas os homens desta peça se vão libertar, mas também eles sofrerão uma libertação frágil e terão momentos de queda livre no abismo doloroso do passado. Joanne Woodward e Paul Newman. É preciso que uma estrela se apague para que outra se revele mais intensa? Não neste caso!
terça-feira, novembro 11, 2008
Yma Sumac (1922-2008)
Desaparecida também este mês, Yma Sumac, cantora peruana com voz que abarcava até perto de cinco oitavas, foi um prodígio que também me apraz homenagear. A sua voz, o seu exotismo e as capas dos seus discos mais antigos fazem parte do património universal dos legados prazenteiros desta vida. Para ouvir muito de vez em quando.
segunda-feira, novembro 10, 2008
Miriam Makeba (1932-2008)
Miriam Makeba (Mama Africa) - Khawuleza 1966
(smallstillvoice)
Morreu Miriam Makeba, talvez a mais conhecida cantora Sul-Africana de sempre. Uma mulher que além dos seus dotes e bom gosto musicais, empenhou a sua vida na defesa dos direitos humanos, lutando contra o apartheid na sua terra natal, África do Sul e pelos direitos civis nos diversos países por onde passou. Foi uma personalidade extraordinária que merece grandes homenagens. A sua canção mais conhecida, "Pata, Pata", é um clássico irresistível que o mundo nunca vai esquecer.
quarta-feira, novembro 05, 2008
Yes, Barack Obama! Yes you can!
segunda-feira, outubro 13, 2008
o Subprime e a crise
The Last Laugh - George Parr - Subprime - subtitulos
Enviado por erioluk
(Com legendas em espanhol). Não resisto a colocar este vídeo, um excerto do programa "Bremner, Bird and Fortune", do canal britânico Channel Four - onde se entrevista George Parr, personagem de ficção especialista em opinião sobre a actualidade, no caso a crise financeira mundial.
quinta-feira, outubro 02, 2008
Foi uma Festa!
E depois, as Marias. A Maria Viana, de quem sou fan desde sempre, e que, mais uma vez, esteve à altura das minhas expectativas. Para mim, das melhores cantoras de jazz que este país alguma vez teve e, felizmente, continua a ter. Quanto a Maria João, no seu registo étnico-progressista-experimentalista, para além do jazz, na direcção do centro da terra e da alma enquanto corpo, com os seus tiques tribais e a sua exuberância intrínseca, foi igual a ela mesma, nem mais, nem menos. Sheila Jordan surpreendeu-se com ela e pela forma desinibida e calorosa com que a abordou, em palco. Tanto Maria Viana como Maria João cantaram em dueto com S.Jordan, em momentos de perfeita sintonia e beleza. Parabéns ao João Moreira dos Santos, que tão bem soube "orquestrar" esta suite para nosso prazer. Repito: Foi um Festa!
sábado, setembro 27, 2008
Goodbye Paul
(runner4peace)
Menos um anjo na terra. Lindo por dentro e por fora. Um ídolo à antiga. Já enxuguei as lágrimas, pronto.
terça-feira, setembro 16, 2008
Sheila Jordan vem a Portugal
Kurt Elling com Sheila Jordan no New Morning club em Paris, 18 Outubro de 2006.
(TheOlive31)
Sheila Jordan vem a Portugal, dia um de Outubro, Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém, Lisboa, graças ao convite de João Moreira dos Santos (JNPDI), para celebrar o aniversário do seu blogue (Parabéns! Pelo aniversário e pela escolha). A sua vinda é um acontecimento a que não podia deixar de referir-me, tratando-se de artista com semelhante estatura no jazz. Para mais informação, inclusivé biográfica, consultar http://jnpdi.blogspot.com/
sábado, agosto 30, 2008
Festival jazz.pt / 4,5,6 e 11, 12, 13 de Setembro no Hot Club de Portugal
Agendado para os dois primeiros fins de semana de Setembro, este evento propõe dois concertos por noite (excepto no dia de encerramento, para o qual estão programadas três actuações), no bar e no jardim do Hot. Serão lançados quatro novos discos de formações nacionais.
quinta-feira, julho 31, 2008
Jazz em Agosto
segunda-feira, julho 07, 2008
Oum Kalsoum
Ausências prolongadas dão nisto: Estados mentais diversos. Mas o Jazz está sempre presente. Ainda agora descobri uma rádio com algum interesse: ejazzradio e não vale a pena referir a pujança de acontecimentos relacionados com o tema por esse país fora, porque Julho e Agosto estão com oferta de se lhe tirar o chapéu. E é bom que assim seja, embora o Jazz tenha mais sabor em ambiente íntimo, de clube (pode ser o Hot de Portugal ou o Village Vanguard de Nova Iorque), mas isso são quimeras, quando se pretende a sua fruição democrática e arejada (que também subscrevo, mas noutra onda).
E há muito assunto interessante no ar. Mas isso vai ser, talvez, depois de eu jantar. Um destes dias...
segunda-feira, junho 16, 2008
Esbjorn Svensson (1964-2008)
sábado, maio 31, 2008
Amy Winehouse no Rock in Rio
quinta-feira, maio 22, 2008
Só para que conste
Fica aqui um piscar de olhos à nossa Cinemateca...E que tal um ciclo na RTP2, em horário decente, isto é, antes da meia-noite? ;)
terça-feira, maio 20, 2008
Erika Calesini ou as bicicletas
Les Triplettes
segunda-feira, maio 05, 2008
Meredith's impermanence
sábado, maio 03, 2008
Patti Smith's dream of life
sábado, abril 26, 2008
A cigarra light tem andado a ouvir:
Marilyn Mazur e Jan Garbarek - Elixir
Gosto muito desta obra, a última que adquiri para a minha colecção de cds. E aconselho. Tem sons magníficos que inter-agem connosco como muitos anxiolíticos gostariam de conseguir - é uma paz, uma serenidade, um conforto geral.
Mas para não se ficar demasiado acomodado convém, de vez em quando, alternar com:
Erykah Badu - New Amerikah
Uma cantora que ficou sempre naquele núcleo de coisas que entram em ligação indirecta com a terra, com as coisas da vida, com a nossa carne.
DeeDee Bridgewater - Malian Project - Red Earth
Embora não sendo grande apreciadora de Dee Dee, sou fan de música do Mali e acho este Malian project um obra de mérito. Tenho o cd+dvd e só de pois de ver o dvd soube apreciar,confesso, o quanto Dee Dee se esforçou e se envolveu na feitura deste registo. Acho o dvd estupendo e a música que resultou deste percurso de pesquisa e reencontro, um excelente resultado. Dee Dee, neste vídeo, fica na sombra, do outro lado do vidro, e dá lugar a Oumou Sangare, a diva maliniana que com ela faz duo nesta canção.
sexta-feira, abril 18, 2008
DIAS DA MÚSICA EM BELÉM (LISBOA)
quinta-feira, abril 10, 2008
terça-feira, abril 08, 2008
Ooleya Mint Amartichitt
Este vídeo faz jus à cantora. Por isso, aqui fica como testemunho das coisas belas do planeta Terra.
quinta-feira, abril 03, 2008
&etc
terça-feira, março 25, 2008
O cão, o gato e o rato
Milagre!??? O cão tem o olhar de quem está a viver algo que não é deste mundo, mas antes do Além ou da Terceira Dimensão enquanto implora, por favor "tirem-me deste filme", agindo como se levasse às costas umas toneladas de peso ou o peso de uma grande responsabilidade. O gato deve-se ter esquecido do que transporta, mas está-lhe a saber bem o quentinho nas costas que lhe vem do rato, somado ao que lhe vem do cão e, quanto ao rato, bom, o rato só pode estar paralisado de terror... A banda sonora, essa sim, está muito bem metida, a exprimir o espanto, a enfatizar o grande momento, e a transmitir-nos a esperança de que, tal como o maestro israelita, Daniel Barenboim, conseguiu, é possível juntar israelitas e palestinianos numa mesma orquestra e conseguir dar concertos de Wagner em Jerusalém, sobrevivendo ao evento.
domingo, março 23, 2008
A Páscoa com Fred Astaire
PÁSCOA FELIZ! Para todos os que passarem por aqui e também para os que não passarem, claro. E para abater os kilitos extra, ganhos com as amêndoas e os folares, é só tentar imitar o Fred. Vejam como era elegante. Agora, acho que o rapazinho lhe devia ter cedido o coelho, como paga pela espantosa performance.
sexta-feira, março 21, 2008
No dia Mundial da Poesia
Creio na Deusa com olhos de diamantes,
Creio em amores lunares com piano ao fundo,
Creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes,
Creio num engenho que falta mais fecundo
De harmonizar as partes dissonantes,
Creio que tudo é eterno num segundo,
Creio num céu futuro que houve dantes,
Creio nos deuses de um astral mais puro,
Na flor humilde que se encosta ao muro,
Creio na carne que enfeitiça o além,
Creio no incrível, nas coisas assombrosas,
Na ocupação do mundo pelas rosas,
Creio que o Amor tem asas de ouro. Ámen.
(in "Poesia: Ó Véspera do Prodígio!", de Natália Correia, 1990)
quarta-feira, março 19, 2008
terça-feira, março 18, 2008
William Parker e os Olmecas
sexta-feira, março 14, 2008
Ennio Morricone - O Bom, o Mau e o Vilão
Não tenho dúvidas: A banda sonora do filme de Sergio Leone, "Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo" (1966)é das melhores e mais peculiares de todos os tempos. E ouvi-la sem ver o filme não lhe tira nada, ao passo que o contrário, o filme sem ela perderia muito. Porque se este filme é magnífico, deve-o, sobretudo, ao brilhante realizador Sergio Leone (Roma,1929-1989), à excelente escolha de actores e sua impecável interpretação, e ao compositor Ennio Morricone (Roma,1928-) que conseguiu, nesta banda sonora, utilizar todos, e somente esses, os sons que traduzem as memórias das pradarias do Oeste Americano, dos seus pistoleiros, do Western que nos habituámos a ver desde sempre, na TV e no Cinema, aqui estilizados e eternizados. O mesmo diria do filme em si, já que, sem desperdício, cada uma das suas imagens eterniza e presta homenagem ao velho Western do cinema americano, e de tal forma lhe vai à essência que lembra uma caricatura muito bem esgalhada daquelas que conseguem retratar tudo o que interessa do objecto retratado - nem mais nem menos - somente isso, que é tudo.
Nunca gostei muito de westerns nem tão pouco sou grande apreciadora do estilo musical de Ennio Morricone, mas não tenho dúvidas de que tanto ele como Sergio Leone, para além da sua histórica colaboração, foram, são e serão sempre dois magníficos, cada um no seu género e os dois em conjunto.
sexta-feira, março 07, 2008
Os 60 anos de idade do HCP
O Hot Clube de Portugal festeja os seus 60 anos de idade este ano. Por motivos conjunturais da minha vida, tenho ultimamente andado arredada desse local que constitui um dos poucos de passagem obrigatória, nos meus programas de saídas nocturnas em Lisboa. Sempre gostei do espaço que, embora pequeno e se calhar por isso mesmo, tem tudo a ver com o espírito do jazz. São as memórias dos sons, do espírito e da respiração dos que por lá passaram e passam, músicos ou espectadores que enchem aquela cave e pátio ao ar livre de uma onda intimista e de partilha de uma mesma paixão: O Jazz! A programação é, regra geral, bastante interessante. Ontem, por exemplo, passaram por lá Donny McCaslin (Sax) e George Schuller (Bat).
Para mais informação, consultar o blog Jazz no País do Improviso , de João Moreira dos Santos, ler o seu livro "O Jazz Segundo Villas-Boas", publicado pela Assírio & Alvim, ou ir ao site do HCP .
Longa vida ao Hot Clube de Portugal e à sua Escola!
quinta-feira, março 06, 2008
Prémio Blogger del dia
segunda-feira, março 03, 2008
Toru Takemitsu (1930-1996)
quarta-feira, fevereiro 20, 2008
Angela Hewitt
Bach in Lisbon (2008-02-14)
I just finished playing my Bach marathons here in Lisbon, Portugal. It was the third time I have performed as part of the Piano Series in the Auditorium of the Gulbenkian Foundation. The large audience was on its feet at the end of Book II. When I started the first concert, the coughing was terrible, and then in the first pause after the fourth Fugue, a man in the audience yelled out something in Portuguese which of course I didn't understand, but for sure everybody heard it! I was later told that he said what I thought he had said: "Stop coughing so we can hear the music!" because after that they were considerably quieter. I hate to go on about that, but it makes such a huge difference not just to how I feel, but to the whole atmosphere in a hall. Silence is golden. A lot of coughing, I am sure, comes from a lack of concentration on the part of the listener. Enough about that. For the first time, I had a few hours to see something of Lisbon and the surrounding area, and the weather was warm and sunny. A quick trip to Sintra and along the coast with friends was very enjoyable. My former piano teacher, Jean-Paul Sevilla, came all the way to Lisbon for these concerts, and I was very happy to have him present in the hall.
(Angela Hewitt - no seu site oficial)
segunda-feira, fevereiro 11, 2008
Herbie Hancock ganha Grammys 2008 - Melhor Álbum
quarta-feira, fevereiro 06, 2008
Kahil El Zabar
quarta-feira, janeiro 30, 2008
SUNDANCE '08 - MY PREMIERE: PATTI SMITH: DREAM OF LIFE
Realizado por Steven Sebring, o documentário Patti Smith: Dream Of Life acaba de ser estreado e premiado no Sundance Film Festival (Utah, E.U.A.). Parece ser uma condigna homenagem à Grande Patti. Espero poder vê-lo um dia destes.
domingo, janeiro 27, 2008
Mose Allison
Mose John Allison Jr. Nasceu em Tippo, Mississippi, E.U.A., em 1927. Influenciado e encorajado pelo seu pai, que tocava piano, stride, Mose, ainda muito jovem, já compunha peças estilo boogie woogie ao piano. Nascido e criado em ambiente rural, ligado à cultura do algodão, Mose assimila os blues rurais, que irão estar sempre, ao longo da sua vida, na base das suas composições. Aos cinco anos de idade já tocava algumas coisas "de ouvido", e as suas principais fontes de inspiração eram Louis Armstrong, Fats Waller, Duke Ellington, Louis Jordan e Nat Cole (King Cole Trio).
Interrompe os seus estudos universitários para ir à tropa, em 1946, tendo tocado na banda das forças armadas e em pequenos grupos que actuavam em clubes de oficiais do exército. Regressa ao velho Missisippi, onde toca piano e trompete e faz arranjos para o grupo de baile, que depressa deixa para formar o seu próprio grupo. Na altura, o seu estilo revela-se muito próximo de Nat Cole, Louis Jordan e Erroll Garner. Depois de um ano em digressão, casa-se e regressa à Universidade, onde, em 1952, finaliza as licenciaturas em Inglês e Filosofia.
Trabalhou em diversos clubes nocturnos, misturando os blues da sua infância com as influências pianísticas modernas de John Lewis, T.Monk e Al Haig, e vocais dos cantores de blues Percy Mayfield e Charles Brown.
Em 1956, emigra para Nova Iorque, onde a cena jazz estava em foco, tocando com diversos grupos, e, em 1957 grava o seu primeiro disco para a Prestige Records, Back Country Suite,
uma colecção de peças evocativas do Delta do Mississipi, unânimemente aclamado pela crítica. Gravou e tocou com outros grandes músicos de jazz, como Stan Getz, Al Cohn, Zoot Sims e Gerry Mulligan e com o seu próprio Mose Allison Trio.
As suas músicas são uma mistura de jazz com blues rústicos. Enquanto pianista, tanto foi um admirador de mestres como Bud Powell e Lenny Tristano, como de compositores como Bartok, Ives, Hindemith e Ruggles. É na fusão destes diversos elementos que se gera a sua música até aos dias de hoje.
Nos anos 60, em Inglaterra, muito apreciado principalmente por músicos da área rock, foi considerado uma referência para muitos grupos que então surgiram, "The Who", "The Yardbirds", John Mayall, por exemplo. E as suas músicas foram e são interpretadas por nomes famosos como Van Morrison, Jack Bruce ou Elvis Costello, entre muitos outros.
Ao longo da sua já longa carreira, Mose tem vários albuns gravados, compôs recentemente a banda sonora do filme "The Score", com Robert DeNiro e Marlon Brando, foi nomeado para um Grammy com o álbum "Mose Chronicles, Live in London, Vol. I" (Blue Note Records), e afirma que continua em busca da perfeição, o que, para os seus fans, há muito foi conseguido.
Por curiosidade, uma filha sua, Amy Allison, também se dedica à música.
Porque falo de Mose Allison? Porque fiquei "presa" do seu álbum de estreia, cuja capa acima reproduzo e onde posso sempre voltar que nunca me desaponta. A minha intenção de colocar aqui as faixas 1 e 4 do dito ficaram goradas, por conta de direitos de autor. O que eu acho é que são "mal agradecidos", porque isto é/seria publicidade de borla. Não preciso de me alongar sobre este assunto, mas há coisas que não fazem muito sentido, nesta luta pela defesa dos citados direitos.
quinta-feira, janeiro 17, 2008
Revista Obscena - Revista de Artes Performativas
segunda-feira, janeiro 14, 2008
Ben Allison
domingo, janeiro 13, 2008
ART BLAKEY (1919-1990)
Como muitos músicos de jazz, Art Blakey começou a sua carreira na igreja. Sendo a sua família devota da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Art rapidamente se tornou um mestre tanto no piano como na Bíblia.
Mas a sua carreira como pianista teve uma abrupta e radical interrupção quando o dono do bar onde então tocava - o Democratic Club - em Pittsburgh, lhe ordenou que saltasse do piano para a bateria.
Art, ainda adolescente, viu o seu lugar de pianista ser-lhe usurpado pelo então ainda muito jovem Erroll Garner, tão talhado para o piano como Art viria mais tarde a sê-lo para a bateria. Esta reviravolta na sua carreira foi uma benção para Art, que, durante seis décadas, viria a influenciar e impulsionar a carreira de inúmeros outros músicos de jazz.
Enquanto jovem, Art actuou sob a tutela do legendário baterista e director de orquestra, Chick Webb. Em 1937, Art regressou a Pittsburgh, formando a sua própria banda, ao lado da pianista Mary Lou Williams, sob cujo nome a banda actuou.
Em 1939, encetou uma digressão de três anos com Fletcher Henderson. Depois de um ano em Boston, no Tic Toc Club, juntou-se ao grande Billy Eckstine, tendo actuado, entre outros, com Charlie Parker, Dizzy Gillespie e Sarah Vaughan.
Em 1948, Art disse aos repórteres que tinha visitado África, onde aprendeu percussão polirítmica e foi apresentado ao islamismo, assumindo o nome de Abdullah Ibn Buhaina. Em finais dos anos 40, Art cria a sua primeira formação dos Jazz Messengers, uma banda de 17 elementos.
Após uma breve actuação com Buddy DeFranco, Art junta-se, em 1954, ao pianista Horace Silver, ao altoista Lou Donaldson, ao trompetista Clifford Brown e ao contrabaixista Curly Russell, e gravam um "live" at Birdland, para a Blue Note Records. No ano seguinte, Art e Horace Silver fundam o quinteto que será os Jazz Messengers. Em 1956, Horace Silver deixa o grupo para formar o seu próprio, ficando os Jazz Messengers para Art Blakey.
A sua batida vigorosa e enérgica, de ritmo quase tribal, com constante utilização dos pratos superiores da bateria, era facilmente identificável e permaneceu uma constante ao longo dos seus 35 anos de Jazz Messengers. O que mudava era o incontável número de músicos talentosos que com ele tocaram, muitos dos quais sairam dali para formarem os seus próprios grupos de jazz.
Nos primeiros anos, figuras como Clifford Brown, Hank Mobley e Jackie McLean integraram a banda. Em 1959, o saxofonista tenor Benny Golson juntou-se ao quinteto, tendo recrutado o que permaneceria uma das formações mais duradouras dos Jazz Messengers: O saxofonista Wayne Shorter, o trompetista Lee Morgan, o pianista Bobby Timmons e o baixista Jymmie Merritt.
Os temas produzidos entre 1957 e princípios dos anos sessenta tornaram-se imagem de marca dos Messengers - incluindo "Moanin" de Timmons, "Along came Betty" e "Blues March" de Golson e "Ping Pong" de Shorter.
Por esta altura, os Messengers eram um grupo incontornável nos circuitos de jazz e começaram a gravar para a Blue Note Records. Encetaram tournées pela Europa, com algumas escapadelas até África e tornaram-se o primeiro grupo americano de jazz a tocar no Japão, para audiências japonesas. Esta primeira digressão pelo Japão constituiu um ponto alto na vida do grupo. No aeroporto de Tóquio, o grupo foi saudado por centenas de fans, enquanto se ouvia "Blues March" nos altifalantes e a sua visita foi difundida pela televisão nacional.
Em 1961, o trombonista Curtis Fuller transformou os Messengers num sexteto, dando-lhes um formato que lhes permitia incorporar o som de uma orquestra no seu repertório hard-bop. Ao longo dos anos 60, os Messengers permaneceram na crista da onda nos circuitos do jazz, integrando grandes nomes,tais como Cedar Walton, Chuck Mangione, Keith Jarrett, Reggie Workman, Lucky Thompson e John Hicks. Na década seguinte, mantiveram a sua força, com menos gravações mas não menos energia.
Numa altura em que muitos músicos de jazz se viravam para experiências electrónicas e de fusão com a Pop, os Messengers mantiveram-se fiéis ao jazz puro.
Esta postura de fidelidade ao purismo deixara Art em posição de vantagem quando do ressurgimento do gosto pelo jazz nos anos 80. Trabalhou com o trompetista Valery Ponomarev, o sax tenor Billy Pierce, o sax alto Bobby Watson e o pianista James Williams. A entrada do trompetista Wynton Marsalis em cena, em 1980, teve também um papel de não menos importância neste ressurgimento.
Ao longo dos anos 80, e até à sua morte, em 1990, Art manteve a integridade do projecto, continuando a revelar músicos como os trompetistas Wallace Rooney e Terence Blanchard, pianistas como Mulgrew Miller e Donald Brown, baixistas como Peter Washington e Lonnie Plaxico, entre outros.
Art morreu aos 71 anos, depois de uma carreira que percorreu seis das melhores décadas do jazz, permanecendo para sempre na memória de todos os que com ele trabalharam, como uma enorme energia inspiradora, tendo influenciado, motivado e impulsionado muitos dos maiores músicos da actualidade.
terça-feira, janeiro 08, 2008
sábado, janeiro 05, 2008
Impossível não se gostar desta voz. Impossível ficar-se apático perante estes sons que nos invadem directamente o coração sem passar pelos filtros cérebro-auditivos. Não é Jazz, não é erudição, é coração. Este rapaz, de quem já há mais de um ano possuo o CD "I am a Bird Now", conquistou-me à primeira. E como o You Tube tem tudo, também lá o encontrei. Fica aqui o meu reconhecimento.
quarta-feira, janeiro 02, 2008
Já agora, e porque sou fan de Heifetz, a sua versão do dito tema de Gershwin, enfim, isto é só para começar o ano em beleza. Feliz Ano Novo! a todos os que por aqui passarem. Happy New Year, para o universo, extraterrestres incluídos.
Para mim, Rondò Capriccioso para violino e orquestra, de Camille Saint-Saëns, nunca viu melhor interpretação que por este que foi considerado por muitos, o maior violinista do Séc.XX. Aqui no filme They shall have music (1939).