segunda-feira, maio 07, 2007


De repente tive nostalgia do Parque Mayer, de quando o meu avô me levava à Revista. Vinhamos do Alentejo com o programa das festas habitual. Eu devia ter 12 a 13 anos, talvez menos...Almoço no restaurante do ACP, ou petisco de Gambas fritas em alho na Ribadouro e uma visita ao Parque Mayer, para vermos uma revista no Maria Vitória ou no Variedades.

Regra geral, a orquestra parecia-me muito desafinada e os coros muito esganiçados. As mensagens, de cariz político, implícitas nas graçolas de algumas cenas escapavam-me completamente. Mas o meu avô entendia...Assim como também me escapava o brilho nos olhos do meu avô a apreciar à boa maneira do homem alentejano que se preza, as formas redondas das meninas em palco.

Não sei que futuro vai ter, e se vai ser tratado com alguma dignidade ou atirado para as garras de algum empresário sem ligação com o espírito e a memória daquele lugar. Mas a população alfacinha e o povo português em geral, que de vez em quando vem à capital, merece ver aquele espaço reabilitado com a dignidade que lhe é devida.