ou o jazz como filosofia sujacente à renovação no improviso da eterna procura ou o jazz como elo de ligação entre tudo o que apetece
sábado, fevereiro 28, 2009
Hamlet segundo Prévert
L'Accent grave
Le Professeur
Élève Hamlet!
L'Élève Hamlet
(sursautant)
...Hein...Quoi...Pardon...Qu'est-ce qui se passe...Q'est-ce qu'il y a...Qu'est-ce que c'est?...
Le Professeur
(mécontent)
Vous ne pouvez pas répondre «présent» comme tout le monde? Pas possible, vous êtes encore dans les nuages.
L'Élève Hamlet
Être ou ne pas être dans les nuages!
Le Professeur
Suffit. Pas tant de manières. Et conjuguez-moi le verbe être, comme tout le monde, c'est tout ce que je vous demande.
L'Élève Hamlet
To be...
Le Professeur
En Français, s'il vous plaît, comme tout le monde.
L'Élève Hamlet
Bien, monsieur. (Il conjugue:)
Je suis ou je ne suis pas.
Tu es ou tu n'est pas
Il est ou il n'est pas
Nous sommes ou nous ne sommes pas...
Le Professeur
(excessivement mécontent)
Mais c'est vous qui n'y êtes pas, mon pauvre ami!
L'Élève Hamlet
C'est exact, monsieur le professeur,
Je suis «où» je ne suis pas
Et, dans le fond, hein, à la réflexion,
Être «où» ne pas être
C'est peut-être aussi la question.
( Paroles, de Jacques Prévert)
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domingo, fevereiro 15, 2009
Chama-se Once upon a Summertime
Foi gravado em Setembro de 1958, dias 12 e 13, em Nova Iorque. Norman Granz (Verve) convenceu-a. Acompanharam-na, Mundell Lowe, na guitarra, Ray Brown, no baixo, Ed Thigpen, bateria. Ela cantou e tocou piano. E não é que hoje me está a saber magníficamente bem ouvi-la?...Ontem mencionei ter só um cd, não disse qual. É este. Justiça me seja feita, que ainda há poucos meses atrás o ouvi de novo, para me testar. Mas ainda não estava, então, dentro do "espírito" da coisa. Foi preciso esta notícia fatal para me fazer reapreciar Dearie. E não sei se é de hoje ter festejado algo muito importante para mim ou se por achar que ontem não lhe prestei tributo suficiente, senti este impulso de a re-homenagear.
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sábado, fevereiro 14, 2009
Blossom Dearie (1926-2009)
Soube há pouco que faleceu, no dia 7 deste mês, Blossom Dearie, cantora e pianista de jazz de quem pouco se falava por estas bandas, talvez por soar muito diferente de todas as outras cantoras de jazz. Tinha uma voz suave, de ternura infantil, pouco ou nada parecida com o que se entende ser uma voz de jazz. No entanto, houve, recentemente, alguém que me fez lembrar esta vocalista. A cantora sueca Lisa Eckdahl. Sendo que aqui há um a espécie de upgrade para um estádio mais adolescente, com dose adicional de sensualidade. Mas, voltando a Blossom, ou Marguerite Blossom Dearie, tive conhecimento da sua existência através de um fanático da senhora e, na altura, não a soube apreciar. Acho que ainda hoje o não sei. Tenho um cd, que raramente ouço, e mais nada. Mas quando soube do seu desaparecimento, tive a certeza de que ela merecia muito mais atenção do que a que teve. Pelo menos da minha parte. Apreciando ou não a sua voz e o seu estilo, tenho a certeza do seu enorme mérito. E como hoje é o dia dos namorados(as), parece-me que este vídeo chega bem para o assinalar e, ao mesmo tempo, recordar essa voz, cuja doçura sempre me transcendeu (tal, aliás, como a beleza de Audrey Hepburn).
Vídeo By Fly: http://myflyaway.blogspot.com "Try Your Wings" Blossom Dearie "Breakfast At Tiffany's" Movie (Not official video/Video não oficial)
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segunda-feira, fevereiro 02, 2009
Billie Holiday (1915-1959)
Já aqui coloquei um vídeo em tempos sobre Billie Holiday, ou Eleanora Fagan, mas sem lhe adicionar grandes palavras, porque a emoção de a ouvir deixa-me, quase sempre, meio "apanhada do clima". Como disse Boris Vian: "On aime ou n'aime pas Billie Holiday, mais quand on l'aime, c'est a l'a façon d'un poison". Mas, depois de ler sobre ela na revista francesa Jazzman (nº.153) do mês passado, de onde extraí esta citação, vou mesmo dedicar-lhe mais um apontamento. Destas leituras recentes fiquei a saber umas coisas mais que outras leituras, como por exemplo, a da sua autobiografia Lady Sings the Blues, me não tinham transmitido. Fiquei a saber que os seus pais nunca se casaram, ao contrário do que ela afirmava, e que, quando ela nasceu, a sua mãe, Sadie Fagan, não tinha 13 anos nem o seu pai, Clarence Holiday, 16, mas sim 19 anos, ela e 17, ele. Não é que isso tenha muita importância, apenas que andei a aldrabar algumas pessoas sem o saber. Inclusivé, estava convencida de que existia uma grande cumplicidade entre mãe e filha, o que também parece não ser totalmente verdade. Ao que parece, muito da infelicidade de Billie foi consequência da frieza e desapego com que a mãe a tratou enquanto criança. Vindo depois a mostrar-se possessiva, demasiado presente e negligente, tornou-se, apesar de tudo, na única pessoa que verdadeiramente contava na sua vida (sic Jazzman). O tema que compôs inspirado em sua mãe, God Bless the Child , reflecte, afinal, essa noção de abandono que a acompanhou até ao fim da vida.
Não vou traduzir aqui o artigo que a dita revista francesa lhe dedicou, mas vale a pena aceder à sua leitura. Está muito bem elaborado e acrescenta algumas coisas que interessam a quem gosta de ir um pouco além na percepção do que foi esta extraordinária cantora. Porque aquilo de que gostamos acaba por ser o produto final de uma vida de abusos, sofrimento, vício, onde a felicidade parecia só comparecer em palco, quando cantava para o seu público. Não sabia ler música, mas tinha um sentido rítmico e uma memória formidáveis. Faz em Julho deste ano 50 anos que morreu. Tinha apenas 44 anos e um passado de prostituição, droga, prisão e relações falhadas.
Esta homenagem da Jazzman está excelente e, repito, vale a pena lê-la para perceber como uma voz pode reflectir, não apenas um dom e técnica, mas toda uma vida que desceu aos mais profundos abismos para alcançar a eternidade.
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