O concerto de Renee Rosnes a acontecer no Casino do Estoril no próximo dia 2 de Julho, foi o que escolhi de um cardápio bastante apetitoso mas, por motivos alheios à minha vontade, impossível de fruir integralmente. O que me prende a Renne Rosnes e me faz preterir todos os outros em sua função?: A forma como utiliza o seu instrumento de eleição, o piano, para exprimir, em género post-bop, um lirismo, um sentimento poético em forma de melodia na qual as sensibilidades mais profundas se reflectem e revêem; e, como é próprio do jazz , se libertam...em estado de maravilha. Diga-se que se trata de um jazz muito susceptível de marcar por associação momentos mais emocionais das nossas vidas. Foi o meu caso. Tenho uma época da minha vida que ressurge das brumas da memória sempre que penso na parte da sua música que consta, há já uns bons anos, da minha colecção de cds, a começar pelo seu primeiro, "Renee Rosnes"(Gravado entre 1988 e 1989) e no seguinte, "For the Moment"(Gravado em 1990), ambos da Blue Note.
É considerada uma das mais talentosas e criativas pianistas de jazz actuais, senhora de um percurso ricamente povoado de parcerias com a nata do jazz, tais como o falecido saxofonista Joe Henderson, Jon Faddis, Sonny Fortune, Gary Thomas, Wayne Shorter, Ron Carter, Brandford Marsalis, Lewis Nash, Ralph Bowen, J.J. Johnson, Dave Liebman, e, mais recentemente, como parte do SFJazz Collective, uma orquestra de jazz de que fazem parte, entre outros, Joe Lovano, Miguel Zenon, Joshua Redman, Dave Douglas e Nicholas Payton.
Nasceu em Regina, Saskatchewan, Canadá, em 24 de Março de 1962. Teve formação musical clássica a partir dos 5 anos de idade e começou a interessar-se pelo jazz logo no liceu. Foi várias vezes premiada e recebeu uma bolsa de estudo para a Universidade de Toronto. Em 1985, foi viver para Nova Iorque, com o apoio do Canada Council of the Arts, e, em 1987, é convidada por Joe Henderson para integrar um quarteto, cuja secção rítmica era formada só por mulheres. Enceta assim a carreira brilhante de que hoje temos conhecimento. Casou há 3 anos com o também pianista de jazz Bill Charlap, com quem acaba de editar um álbum em duo, "Double Portrait", de que se podem ouvir excertos no site da NPR (ver link na barra lateral deste blogue). Já ouvi os dois temas que lá constam e gostei. Espero ainda hoje ouvir o resto.
2 comentários:
Olá Dª Cigarra.
Após uma ausência sentida é bom contar de novo com os seus escritos.
E logo com 2 músicos jovens e actuais que estão deixando fortes marcas na cena do jazz - Hollenbeck e Rosnes.
Após Eternal Interlude, Hollenbeck ombreia com nomes como Mehldau, Moran e Douglas, entre outros.
De Rosnes, além das colaborações que referiu, tenho de a alertar para a parceria com a big band do grande Gerald Wilson onde, num par de CDs que tenho cá por casa, brilha como uma estrela.
Saudações do Pescador.
Obrigada pela sua intervenção, Pescador. Confesso que o nome Gerald Wilson não me é dos mais familiares, mas vou já investigar melhor.
Cumprimentos e "até jazz"...
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